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29/10/2023
Com informações: Massa News.
O Caso Daniel, o crime que chocou o Paraná e o Brasil completou 5 anos na sexta-feira (27).
No dia 27 de outubro de 2018, o meia Daniel Corrêa Freitas, de 24 anos, estava participando de uma festa de aniversário em Curitiba. A aniversariante era Allana Brittes, que completava 18 anos no dia.
Após a balada, eles foram para um “after” na casa da família Brittes com outros amigos. Na residência, Daniel entrou no quarto da mãe da jovem e começou a tirar fotos e a mandar para um grupo de colegas. O intuito era dizer que iria ter relação sexual com a mãe da aniversariante.
A investigação revelou que do quintal da casa, Edson Brittes, conhecido como “Juninho Riqueza”, viu o jogador na janela do quarto do casal. Desesperado com a situação, o homem foi até o local e encontrou Daniel praticamente deitado sobre Cristiana Brittes. O jogador tentou se explicar, mas Edson entendeu que Daniel teria estuprado sua esposa, e então uma grande confusão se iniciou.
Homens que estavam na festa subiram até o quarto e começaram a agredir brutalmente Daniel.
A vítima, após ter sido violentamente espancada, foi levada para uma área de mata fechada, e lá foi mutilada e morta.
“O que eu fiz foi o que qualquer homem faria”, relatou Edson Brittes sobre o crime.
Dos sete denunciados pelo Ministério Público do Paraná, apenas Edson Brittes e Eduardo da Silva estão presos.
Edson responde por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual, corrupção de menor e cinco vezes por coação no curso do processo.
Eduardo da Silva por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e fraude processual.
David Volerro e Ygor King também respondem por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e fraude processual.
Cristiana Brittes por homicídio qualificado, fraude processual e corrupção de menor.
Allana Brittes responde por coação de testemunhas, corrupção de menor e fraude processual. Evellyn Peruzzo foi denunciada por fraude processual.
Edson Brittes está preso na Penitenciária Estadual em Piraquara. O advogado de defesa, Elias Mattar Assad, disse que o réu desenvolveu problemas neurológicos nos últimos meses e está ansioso para o júri popular.
“Este processo já está com 5 anos de tramitação, isso é inaceitável. O que ele quer é contar aos jurados o que aconteceu naquele dia”, explicou Elias Mattar Assad, advogado de defesa.
Durante quase 5 anos, Brittes não teve a visita da mulher e da filha, porque a justiça determinou que os réus de um mesmo processo não poderiam ter contato.
“Ele ficou 5 anos sem ver a esposa e a filha, eu acredito que essa privação interferiu para que ele tivesse esses problemas psicológicos dentro do presidio”, diz o defensor.
Allana Brittes hoje cursa o nono período da faculdade de direito, em uma universidade particular de Curitiba.
Com quase 70 mil seguidores nas redes sociais, ela criou uma loja online de bolsas, onde comercializa os produtos e os envia para todo o Brasil.
Já a mãe, Cristina Brittes, virou consultora e revendedora de oléos essenciais na internet. Na mesma rede social ela demonstra a tentativa de seguir com a vida.
Mãe e filha sofreram com a pressão popular no decorrer do processo. Hoje, de acordo com a defesa delas, ambas são acompanhadas por médicos psicólogos.
“A vida precisa continuar, ainda que a dor, sofrimento e espera sejam companheiras tanto da Cris quanto da Allana durante esses 5 anos”, diz Thaise Mattar Assad, advogada de defesa.
Eduardo da Silva segue detido no presídio de Foz do Iguaçu, depois de descumprir uma determinação judicial. Os amigos apontados por também terem participação no crime, David Volerro e Ygor King estão seguindo com a vida, mas de uma forma reclusa.
Quem também está enfrentando ofensas públicas é Evellyn Peruzzo.
Amiga de Allana Brittes, Evellyn “ficou” com Daniel antes do crime e, segundo a promotoria do Ministério Público, ajudou os suspeitos a limpar o sangue do jogador, o que configuraria crime de fraude processual.
Mãe de uma criança pequena, Evellyn foi denunciada também por falso testemunho, porque teria mentido em seu depoimento à polícia; denunciação caluniosa, porque a mentira teria gerado abertura de processo contra outra pessoa; e corrupção de menores, porque teria induzido uma das convidadas da festa, menor de idade, a praticar um delito.
Sobre Evellyn, a promotoria afirma ainda que ela praticou fraude processual ao estar ciente de que estava cometendo crime limpando os vestígios de sangue de Daniel na casa da família Brittes.
Nas redes sociais onde circulam as fotos dela, não faltam comentários afirmando que ela tem sangue nas mãos, a chamam de assassina, que ela deveria estar na cadeia.
Mesmo diante de toda a situação, a jovem tem buscado se recolocar no mercado de trabalho. Há cerca de três anos, a acusada que não chegou a ser presa, foi flagrada pela Polícia Militar, em Curitiba, transportando aproximadamente três quilos de maconha em uma bolsa.
Justiça – Apesar de todo esse histórico, ainda existe uma família que está destruída e espera por respostas. A família de Daniel segue esperando por uma resposta do autor ou autores de uma morte tão cruel e violenta, por tirar a vida de um jovem promissor.
“Principalmente a mãe, que segue em um estado de luto. A família ainda está tentando se reorganizar e se reinventar depois de uma tragédia tão grande como foi a morte do Daniel”, disse o advogado da família do jogador, Nilton Ribeiro.
A família do jogador evita ao máximo entrar em contato com a imprensa para que a tragédia não “reviva” e que a dor não volte a assombrar a mãe, tias e primos da vítima.
“O fim está próximo, o fim é a condenação com uma dosagem exemplar de pena para que isso nunca mais se repita aqui no nosso estado”, expressou o advogado da família.